Seis pessoas testaram positivo para o vírus HIV, causador da Aids, após receberem órgãos transplantados no Rio de Janeiro. Segundo investigação da Anvisa e do Ministério Público, dois doadores eram soropositivos, mas os exames feitos pela empresa PCS laboratórios, de Nova Iguaçu, na época das doações, deram negativo para o vírus.
Rodolfo Schneider, diretor de conteúdo do Grupo Bandeirantes de Comunicação e âncora da BandNews FM que divulgou as informações. O primeiro caso foi notificado em 10 de setembro, quando um paciente que recebeu um coração nove meses após começou a apresentar sintomas de HIV. Após ele, mais cinco casos semelhantes foram identificados.
A doação de órgãos só pode ser realizada após a confirmação de morte encefálica dos doadores, análises clínicas e a autorização da família. O laboratório PCS foi contratado emergencialmente para realizar os exames em dezembro passado. Após a descoberta do erro nos resultados, a Anvisa interditou o laboratório por irregularidades.
4 Além dos seis casos já confirmados, estima-se que até 600 pessoas possam ter sido infectadas. O Hemorio está testando 288 doadores para verificar possíveis falsos negativos para HIV.
O Rio de Janeiro realiza transplantes desde 1964 e nunca havia ocorrido algo semelhante. Centrais de transplantes em todo o país estão discutindo medidas para evitar situações semelhantes.
A secretária estadual de Saúde, Claudia Maria Braga de Mello, afirmou que o governo estadual não tem vínculo com o laboratório e que uma sindicância rigorosa foi aberta para investigar o caso. Dúvidas podem ser enviadas para notifica@saude.rj.gov.br.
"A bandeira da minha vida é a segurança do paciente. O impacto pessoal é grave. Me solidarizar com as famílias é o mínimo; o impacto maior é deles, depois é meu. Não interrompemos [outros transplantes] em momento algum. O sistema de transplantes no Brasil é seguro e merece confiança. Toda a população precisa ter certeza que esse caso é sem precedentes e não se repetirá. Doação é para salvar vidas", afirmou a secretaria.
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